sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Crítica: A Vida é Bela

Uma inusitada comédia dramática no cenário da 2ª guerra mundial. A ousadia de Roberto Benigni em A Vida é Bela valeu o reconhecimento de público e crítica, além de vários prêmios para o filme, entre os quais, o Oscar de Filme Estrangeiro e o de Ator, para o próprio Benigni.

O longa é uma miscelânea de humor pastelão e drama que mostra as peripécias de um pai (Benigni) para encobrir do seu filho (Giorgio Cantarini) a cruel realidade vivenciada nos campos de concentração. Tudo seria parte de um jogo, com um prêmio para quem fizesse mais pontos. Se esconder dos “homens maus” aumentava essa pontuação.

O filme é dividido em duas partes. Na primeira, o atrapalhado Guido chega do interior para a cidade grande em busca de trabalho. Por diversas vezes ele, literalmente, esbarra com Dora (Nicoleta Braschi), que termina se apaixonando pelo jeitão histriônico dele. Até lá, sobram palhaçadas, como na cena em que o protagonista entra montado num cavalo numa recepção de grã-finos e a convida para sair daquele lugar.

Depois, já casados, o pequeno Giosuè (filho do casal) entra na história. Os tempos são difíceis com as restrições impostas ao povo judeu. Um dia, pai e filho são levados para um campo de concentração. Inconformada, Dora pede para ir junto. Chegando lá, Guido tenta minimizar a situação aos olhos do filho.

A história é fantasiosa e absurda. É difícil imaginar que, diante de tanto sofrimento, coisa do tipo pudesse realmente acontecer. Contudo, a proposta do filme é mostrar o quão grande é o amor entre pai e filho e que, mesmo diante do horror do Holocausto, ainda era possível fazer germinar a semente da esperança. Visto por esse lado, a inocência pueril de A Vida é Bela chega a encantar.

Central do Brasil (de Walter Salles) concorreu com o filme italiano na categoria de produções estrangeiras, no Oscar. Na ocasião, a Academia preferiu apostar suas fichas no lirismo do filme italiano, que investiu numa forte campanha publicitária para conquistar as estatuetas douradas. 

Sem tanto bá-fá-fá, o filme se revela eficiente em seus propósitos, mas menor do que parecia ser na época. Competindo de igual para igual, hoje, talvez a história fosse outra, já que Central é um filme mais coeso. Mesmo assim, A Vida é Bela tem seus méritos ao conseguir contar uma história, já tão repetida no cinema, por um olhar diferente. O que já é um feito e tanto.

Um comentário:

Nilson Ferreira disse...

Acho o filme A Vida é bela um tédio, chato e sem graça. Begnini tenta imitar Charles Chaplin, mas não tem nem o carisma nem o talento do inventor de Carlitos. Só ganhou o Oscar de filme estrangeiro, porque concorreu um ano depois do que deveria, exatamente no ano em que foi lançado Central do Brasil. É uma porcaria de filme, que brinca com um assunto sério de maneira ridícula e simplória