quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Crítica: Cine Holliúdy

Uma das boas surpresas do cinema nacional, em 2013, veio do Ceará. Cine Holliúdy de Halder Gomes foi o 11º filme mais visto do ano (entre os brasileiros), a frente de produções caras como Serra Pelada - A Lenda da Montanha de Ouro.

No geral, o longa ficou na 77ª colocação do ano com pouco mais de R$ 2 milhões arrecadados nas bilheterias nacionais, segundo dados do Box Office Mojo.

A propaganda boca-a-boca e o burburinho na internet impulsionaram esse filme, na época comparado a Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore. Não é para tanto. Mas, não deixa de ser uma declaração de amor à sétima arte.

A trama é bem simples. A história que se passa no interior do Ceará, na década de 70, mostra a influência da TV e as estratégias de sobrevivência do cinema nas pequenas cidades, a partir do personagem Francisgleydisson (Edmilson Filho), proprietário do Cine Holliúdy, ao lado da mulher e do filho, que tenta sustentar o negócio.

A partir dessa premissa, o cineasta aproveita para mostrar todas as idiossincrasias regionais, desde o modo de falar "cearensês" (o filme chega a ser legendado), os típicos personagens caricatos interioranos e piadas com um humor bem coloquial.

A forma como Francisgleydisson divulga os filmes é extremamente divertida e até os nomes dos longas são alterados. Godzilla, por exemplo, aparece no cartaz como "O Calango do Cão" e outra produção de ação recebe o título de "O Artista Contra o Caba do Mal".

Claro que é pouco para sustentar um filme inteiro. Determinadas sequências são colocadas como que numa colagem e, com o passar do tempo, perde um pouco a graça. Com um roteiro melhor, poderíamos ter uma verdadeira pérola da produção nacional. Mesmo assim, diante de bobagens pasteurizadas lançadas no ano passado, como Meu Passado Me Condena, Cine Holliúdy faz bonito, com improviso e espontaneidade.

Avaliação: ★1/2

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