domingo, 14 de dezembro de 2008

A Ciência do Sonho

Quando bem realizado, o cinema pode ser capaz de proporcionar as mais diversas experiências. Afinal, um bom filme não deve se limitar às velhas regras de começo, meio e fim, personagens arquetípicos, bem e mal e toda aquela lenga-lenga costumeira. Cinema deve experimentar. E Michael Gondry, mais uma vez, constrói belo longa-metragem experimental neste "A Ciência do Sonho".


A história apresenta Gael Garcia Bernal como um desenhista criativo que acaba conseguindo um trabalho burocrático, o terror para qualquer artista. Ele cria calendários promocionais de conceitos catastróficos, rejeitados pelo patrão, que prefere continuar com a fórmula que já vem dando certo. Mudar? Para quê? Deve pensar!



Bernal também convive com aquela busca de um par-perfeito, no caso, sua nova vizinha, que ele parece um tanto desajeitado para conquistar. Todas essas atividades diárias, juntamente com as reminiscências, desejos, conceitos e lembranças servem para povoar seus sonhos. E "A Ciência do Sonho" mostra cada um deles de uma forma lúdica e representativa de como transformamos nossos pensamentos em pequenos filmes que se passam na nossa cabeça, enquanto estamos dormindo.

Sonambulismo - Em algumas cenas de "A Ciência do Sonho", Bernal parece sofrer ataques de sonanbulismo. A sensação, para quem conhece, é das mais estranhas. Um tipo de transe, meio dormindo, meio acordado. Um estalo e você cai na real. Antes disso, você enxerga o que sua mente manda. E nesse filme há claras referências a essas distorções.
Com "A Ciência do Sonho", Michael Gondry prova que é possível sair do marasmo das histórias que todo mundo sabe como terminam. Afinal, cinema é assim mesmo, como um sonho real que acompanhamos por um par de horas na sala de projeção.

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