Lixo pode rimar com cinema. Essa ideia vem desde os tempos de Ed Wood. E, convenhamos, quem não gosta do bom e velho cinema-lixo?
Chucky, o Brinquedo Assassino, é protagonista de um desses eternos seriados de horror dos EUA que, por aqui, já está na quinta edição. Com O Filho de Chucky (2004) o aspecto macabro dos primeiros filmes foi jogado na latrina. A ironia e a referência se sobressaíram, construindo um tipo de produto macabramente engraçado que começou com A Noiva de Chucky (1997), homenagem ao clássico de James Whale A Noiva de Frankenstein (1935).
O Filho de Chucky mostra o rebento do boneco assassino, que ganha a vida trabalhando com um ventríloquo. Ele cresceu longe dois pais e na TV ocasionalmente os reconhece. Eles estavam hibernando, dormindo ou coisa parecida. O filho, que leva o sugestivo nome de Shitface, pratica magia negra e os traz de volta à vida.
Esta macabra reunião familiar trará sérias consequências aos humanos que estão nas redondezas. Problemas, em especial, para a pseudo-atriz Jennifer Tilly que pena interpretando papéis secundários em filmes bobocas. Seu sonho é alcançar o estrelato. Para tanto, não titubeia em conhecer os sofás disponíveis.
Tiffany (a mulher de Chucky) a considera uma grande atriz e bota na cabeça que precisa incorporar no seu corpo. Entre mortos e feridos, Chucky e Tiffany entram em contradição familiar, naquela baboseira de dar bom exemplo ao filho que revela, numa sequência bizarra ter sexo indefinido. Referência direta a Glen ou Glenda (1953) de Ed Wood. A piada aqui é tratar a psicopatia dos bonecos como um tipo de vício.
Se a idéia de um brinquedo assassino cheira a idiotice, com essa roupagem o sarcasmo de Chucky se tornou mais evidente e a franquia até ganhou fôlego para outras aventuras. Reinventar-se é a sacada. E no caso do cinema-lixo, reciclar é uma boa ideia.
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