quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Crítica; O Tesouro de Sierra Madre

O Tesouro de Sierra Madre (1948) de John Hustor é uma obra ímpar no estudo do poder da cobiça sobre o homem.Hunprey Bogart (O Falcão Maltês, Casablanca) é o anti-herói Fred C. Dobbs que, ao lado de minerador veterano (Walter Huston) e um colega de trabalho (Tim Holt), busca uma alternativa para sua vida miserável.

 Investindo os poucos recursos que possuem, eles partem em busca das montanhas mexicanas à procura de ouro. Lá encontram um ambiente desolador. Esse cenário parece ainda mais árido com a tonalidade em preto e branco do filme de Huston. O que conflui com a própria idéia exposta pelo Tesouro.

 Bogart compõe uma persona desconfiada e limítrofe na capacidade de acreditar na boa vontade do outro. É a proximidade inebriante da fortuna (a febre do ouro) que faz com que sua razão vá se esvaindo.

Outras cenas subseqüentes evidenciam essa tese. Particularmente num momento em que Fredd C. Dobbs questiona a consciência que, para ele, ignorada, não produziria qualquer efeito o que, diante dos acontecimentos em torno desse diálogo, ganha uma grandiosidade perturbadora.

 Muito da força de O Tesouro de Sierra Madre deve-se a interpretação de Humprey Bogart em contraponto a de Walter Huston. São duas identidades opostas e esse confronto dá a real dimensão de um filme que não se quer maniqueísta. Com um final acidamente irônico, a natureza dá a sua resposta. Pois neste filme o ambiente sufocante é sedutor e, sem trégua, induz à tentação.

Avaliação: 

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