sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Relembrando: O Xangô de Bakerstreet

O exercício do raciocínio policial é um recurso bastante explorado no cinema. Muitas vezes, em thrillers que prendem a atenção em virtude de boas tramas e pequenos detalhes que, mais à frente, mostram-se de importância relevante para o desfecho da história.

 Nesse gênero de filme, pormenores e referências vão levando o investigador, juntamente com o espectador, a desmontar  quebra-cabeças.

 E um dos grandes ícones desse estilo de filme é o detetive inglês Sherlock Holmes, saído da imaginação do escritor Conan Doyle, e a perfeição no que diz respeito à enigmas desconcertantes.

Determinado a brincar com tal personagem e com os estereótipos do gênero, o apresentador Jô Soares escreveu “O Xangô de Baker Street”, romance que narra o roubo do raro violino Stradivarius e uma onda de crimes hediondos que passam a acontecer por aqui durante o reinado de D. Pedro II. A história foi adaptada para o cinema em 2001.

 Em turnê pelo país, a notável atriz francesa Sarah Bernhardt (Maria de Medeiros) convoca Sherlock Holmes (Joaquim de Almeida) para resolver esse caso. Sua vinda para o Brasil e as divertidas situações que o detetive se envolve servem para apresentar uma terra exótica, miscigenada e todos os quiproquós concernentes a esse encontro.

 E é dessa maneira que o Dr. Watson, seu inseparável companheiro, inventa a “caipirinha”; que a excêntrica mistura feijoada-vatapá faz um imbróglio no estômago do inglês; que Holmes se envolve com uma mulata (Thalma de Freitas); que ele troca o fumo inglês pela cannabis; e que eles acabam indo parar em um terreiro de pai-de-santo, com direito a “pomba-gira” e tudo mais, entre tantas outras trapalhadas.

O filme de Miguel Faria Jr omite certos fatos descritos no livro, mas sem expor a aventura ao perigo. Com boas atuações de um elenco afinado, destaque para Marco Nanini (na pele do delegado Melo Pimenta) e para o simpático Joaquim de Almeida.

Nenhum comentário: