domingo, 15 de agosto de 2010

Crítica: Salt

Com o final-gancho de "Salt" é possível tirar algumas conclusões: a intenção clara dos produtores em jogar no mercado uma franquia de ação "nonstop" estrelada pela fêmea-super-poderosa Angelina Jolie; provar por A + B que o chamado fime-fórmula pode fazer uma substancial troca de gêneros e funcionar muitíssimo bem; e, por último, acreditar que uma história pode fisgar o público promovendo reviravoltas no roteiro, por mais inscontantes que essas possam ser.

E olha que "Salt" não foi tão bem das pernas como se cogitava, o que pode comprometer o seu rendimento nas telonas. De acordo com dados do Box Office Mojo, o filme arrecadou mundialmente até agora 162 milhões de dólares para um custo de 110 milhões. Pouco para uma produção ambiciosa que insertou poderosa campanha de marketing nos traillers e demais veículos de promoção.

"Salt" começa na Coreia do Norte, novo país-alvo da anti-propaganda ianque. Evelyn Salt (Angelia Jolie) é prisioneira, espancada e interrogada durante dois anos. É libertada somente depois de uma troca "diplomática" entre o país asiático e os EUA, devido os insistentes apelos do seu marido.

De volta a sua vida normal e prestes a comemorar aniversário de casamento, eis que a personagem é "desmascarada" por um terrorista que ela mesma interrogava. Ele fala sobre uma escola de espiões russos infiltrada nos Estados Unidos, de onde ela teria vindo, e sobre um plano de assassinar o presidente russo, provocando guerra entre as nações.

Com a desconfiança de seus colegas caindo sobre seus ombros, Evelyn Salt foge em disparada, perseguida pela CIA e esquecendo completamente a existência de leis da física que impediriam muitos de seus malabarismos "testosterônicos" em cena. A durona Angelina encarna bem o espírito de colegas como Bruce 'Duro de Matar' Willis ou Tom "Missão Impossível" Cruise.

A partir desse mote, "Salt" vai criando novos arremedos no roteiro para causar aquela sensação de surpresa na plateia que, durante a projeção da película, também começa a se interrogar sobre as verdadeiras intenções da moça. Dúvidas, conduzidas pelo diretor Phillip Noyce (de "Jogos Patrióticos"), que aos poucos vão perdendo aquela graça inicial. A pulguinha instalada atrás da orelha vai definhando e o comichão provocado pelo roteiro para prender os olhos em "Salt" vai desaparecendo a cada nova incoerência da trama.

Nos finalmentes, em "Salt", resta a comprovação do potencial de Angelina Jolie em ancorar produtos de ação típicos do universo masculino. "Sr. e Sra.  Smith" e "Procurado", aliás, já davam essa certeza mostrando, enfim, a inocuidade dessa aventura "datada".

Nenhum comentário: