Um claro sentimento de nostalgia percorre os sentidos de quem acompanha o filme Uma Vida Iluminada, estreia do ator Liev Shreiber na direção.
Adaptado do romance escrito por Jonathan Safran Foer, o filme conta a viagem de um judeu americano (Elijah Wood, o Frodo de O Senhor dos Anéis) até a Ucrânia, para procurar a mulher que salvou o seu avô do Holocausto.
Para acompanhá-lo nessa empreitada, ele contrata um tradutor, por não ter domínio sobre o idioma daquele país, e um motorista, um senhor mal-humorado que insiste em dizer que perdeu a visão.
Shreiber aproveita nesse Road-movie as belíssimas paisagens do leste Europeu. Não são poucos os momentos em que a sua câmera demonstra um carinho real pelas imagens de cartão-postal e as pessoas que o grupo conhece durante essa jornada.
É tanto que, apesar de ter origem norte-americana, o filme possui a assinatura de um longa-metragem europeu.
Sem deixar dúvidas, a pretensão de Shreiber era afirmar o prazer que ele deve ter sentido ao filmar Uma Vida Iluminada.
Tanta dedicação só poderia render um trabalho belíssimo de se ver e agradável de se ouvir.
E quando, enfim, conhecemos todos os fatos que motivaram a história, percebemos o real sentido do filme. As próprias palavras do texto indicam o conceito-base de que “são as ações do passado quem iluminam o presente”. E essa iluminação surge a partir das descobertas que culminam na liberdade.
Comentário publicado na coluna Seridó Cinema, do Correio do Serido, em 2006
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