Quem diria que um despretensioso filme de terror adolescente fosse se tornar um marco no gênero.
Pânico surgiu em meados da década de 90 e terminou sendo a referência de muito produto lançado no seu rastro, caso de Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado, Lenda Urbana e Premonição.
Depois, o cinema de horror começou a apelar para histórias com sobrecarga de violência (Jogos Mortais, Albergue), o chamado Torture Porn. A onda agora é apostar no cine-documentário de Atividade Paranornal e congêneres, que teve seu ponta-pé com A Bruxa de Blair.
Ou seja, um novo Pânico, considerando as novas tendências do gênero, poderia ser visto como um retrocesso. Ainda mais depois de um final de trilogia dos mais capengas.
Pois bem, o diretor Wes Craven, o roteirista Kevin Williamson, e os atores Neve Campbell, David Arquette e Courteney Cox arregaçaram as mangas e retornaram aos cinemas com uma história, que se não é inovadora, ao menos, consegue divertir os cinéfilos com diversas referências à cultura pop. Aliás, aquela brincadeira de "filme dentro do filme" ganha ainda mais sustância, com essa nova edição. O início, então, é genial.
Na trama, Sidney (Neve Campbell) retorna à Woodsboro para lançar seu livro. Na cidade, os crimes ganharam conotações tragicômicas, tanto tempo depois. Com a sua volta, novos assassinatos acontecem e o resto da história todo mundo já deve imaginar.
Pânico é mais uma comédia de humor negro disfarçada de filme de terror. E essa última incursão ao tema faz jus ao legado da franquia. O escárnio está lá, presente, em cada conceito apresentado, que seja novo ou antigo. Os personagens continuam verborrágicos, satirizando os lugares comuns desse tipo de história com a mesma desenvoltura do longa-metragem seminal.
Claro que os sustos são programados, os coadjuvantes vão sendo descartados no decorrer da história e, sim, há uma bela surpresa no final. Inovar em Pânico 4 rima com homenagear. O que, para os fãs da franquia, é sinônimo de diversão.
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