sábado, 1 de fevereiro de 2014

Crítica: O Sonho de Wadjda

Considerado o primeiro longa-metragem produzido na Arábia Saudita, O Sonho de Wadjda (2013) conta a história de uma garota de dez anos de idade que sonha em ter uma bicicleta.

Esse desejo é confrontado com as regras da sociedade conservadora de Riade, capital daquele país, que não vê com bons olhos fatos como esses.

Em seu modo simples de pensar e de agir, Wadjda (Waad Mohammed) é uma "transgressora", que gosta de ouvir música, nem sempre usa o véu e conhece pouco o Alcorão. É uma adolescente como qualquer outra, mas vive de uma forma que ou não entende ou não quer aceitar por completo certas restrições.

Ela mora com a sua mãe (Reem Abdulah), em conflito com o marido que busca outra mulher. Estuda num colégio para meninas comandado sob o pulso forte da diretora Sra. Hussa (Ahd), que sempre espreita as alunas que fogem das regras. "A voz da mulher é a sua nudez", diz ela, num momento em que certas garotas falam alto perto de homens, muitas vezes sem perceber.

Quando é anunciado um concurso de leitura sobre o Alcorão, Wadjda vê a oportunidade de vencer o prêmio e, com a quantia recebida, comprar a tão sonhada bicicleta para poder competir numa corrida com o seu amigo Abdalah (Abdullrahman Al Gohani).

Como já foi dito anteriormente, é uma trama sem complicações que flui com extrema simplicidade. Mesmo assim, contém um teor crítico aguçado sobre a opressão sofrida pelas mulheres árabes, carregando, assim, um certo olhar ocidental. O filme é dirigido pela diretora Haifaa al Mansour.

Avaliação: ★1/2

Um comentário:

Vassili (Gliuksinner) disse...

Vejam, este é um daqueles filmes típicos feitos para mais um festival europeu de cinema, onde uma historinha simples e sem muitas reviravoltas é compensado por localidade geográfica. É o primeiro filme saudita? Parabéns, mas eles já viram mesmo algum filme na vida ou censura não deixava?