quarta-feira, 5 de março de 2014

Crítica: Um Homem Misterioso

Não espere encontrar, por aqui, o típico bonachão que George Clooney sabe fazer tão bem em filmes como Onze Homens e um Segredo e, até mesmo, no recente Gravidade.  O Clooney de Um Homem Misterioso (2010) é silencioso, atento e desconfiado. Ele sabe bem que não pode confiar em ninguém e que qualquer erro pode vir a ser fatal. 

Na história, Jack (Clooney) parte para uma pequena cidade italiana, depois que sofre um atentado na Suécia. Um novo trabalho o espera. Ele conhece um padre, com quem trava alguns debates sobre fé, e se envolve com uma prostituta, por quem se apaixona. Esse relacionamento o motiva a mudar de vida. Mas, quem disse que será  fácil se desvencilhar do passado?

Econômico nos diálogos, esse longa-metragem do holandês Anton Corbijn (Control) traz a estética noir do cinema americano para um cenário europeu.A ação, em si, é substituída por um suspense constante e centrada na dúvida que persiste até o seu desfecho. 

Portanto, tiroteios e perseguições não são os pratos principais de um filme que prefere privilegiar o questionamento de um personagem que se vê enclausurado pela sua própria função no mundo. Refinado e cerebral, Um Homem Misterioso substitui o barulho estridente pela inquietação dissonante. 

Avaliação: 

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