sábado, 21 de março de 2015

Crítica: Ecos do Além


Contemporâneo a O Sexto Sentido, Ecos do Além (1999) também mostra um garoto que "vê gente morta". Todavia, diferentemente do filme de M. Night Shyamalan, a produção de David Koepp centra toda a sua ação no pai Tom Witzky (Kevin Bacon) que, assim como o filho, é atormentado por visões de um mal-assombro em sua casa. 

Isso acontece logo após ele ser hipnotizado pela cunhada. Quando chega em casa com a esposa, Tom começa a perceber os tais "ecos do além" do título, onde uma mulher, que ele nunca tinha visto antes, surge do nada, entre outras percepções que ele passa a ter, como se fosse uma ilusão de ótica em tempo real. Obcecado com as visões, Tom busca pistas sobre o que, afinal, estaria acontecendo e que recado a assombração quer passar para ele. 

Nesse momento, a trama já deixou quase que completamente de lado o drama do garoto, o que era justamente a força de O Sexto Sentido. O filme aposta todas as suas fichas nas neuroses do protagonista e numa interpretação eficiente de Kevin Bacon e envereda para o típico thriller sobre um crime não desvendado. 

Ecos do Além não assusta como deveria se contentando em inserir truques de som e aquelas sequências rápidas dos filmes de horror. Falta o teor psicológico e um aprofundamento no drama em volta daquele pequeno núcleo familiar. 

Ao final, quando o mistério é solucionado, a câmera centra no garoto, no banco de trás do carro, olhando fixamente para as casas de sua rua e levando as mãos aos ouvidos, para não escutar os possíveis lamentos fantasmagóricos daquele lugar. Mas aí é já é um pouco tarde demais para investir numa história que realmente quisesse proporcionar sustos melhores.

Avaliação ★1/2

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