Considerado um dos piores filmes de todos os tempos, vencedor de vários Framboesas de Ouro, fracasso de crítica e bilheteria, só hoje, vinte anos após o seu lançamento oficial, decidi conferir Showgirls (1995), do diretor Paul Verhoeven.
E, por incrível que pareça, não achei o filme de todo ruim. Pelo contrário. Showgirls poderia, muito bem, ser a reedição da trama às avessas da jovem sonhadora, incauta, que busca o estrelato num meio podre, mas consegue conservar sem máculas morais a sua dignidade.
A trama, que tem ecos de A Malvada (All About Eve, 1950), de Joseph L. Mankiewicz, conta a história de Nomi Malone (Elisabeth Berkley) que chega a Las Vegas em busca do sucesso, consegue uma vaga como stripper e ascende ao posto de estrela.
Em várias ocasiões, ao ser confrontada sobre suas escolhas profissionais, a personagem reforça o discurso de que não se vê como uma prostituta. Fato que a atual estrela do show, Cristal Connors (Gina Gershon), rebate continuamente, com joguetes e ironias, como se tentasse arrancar a máscara moral de Nomi e provasse como ambas agem de forma semelhante.

Para atingir os seus objetivos, Nomi não titubeia em agir dubiamente, segundo as regras do que parece ser extremamente comum naquele ambiente. E se há olhares atravessados ou julgamentos de valor, tudo é absorvido com o tempo, revelando a real condição de toda aquela selva amoral.
Só pelo fato de Paul Verhoeven não ter tido nenhum receio de filmar essa saga ao seu jeito, sem preocupação alguma em abrir a "Caixa de Pandora", Shorgirls vale um segundo olhar ou uma apreciação mais minuciosa.
Avaliação: ★★★1/2
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