
A overdose comprova o carisma dos astros, mas também desmascara a estratégia apelativa do diretor Avnet em contar uma história que poderia render melhor, se não servisse somente, e exclusivamente, para o duelo interpretativo de De Niro e Pacino.
No filme, um assassino está limpando as ruas de Nova Iorque, eliminando os meliantes que a polícia não consegue dar conta. O serial killer deixa poemas nos locais dos crimes e, ao que tudo indica, ele pode vir a ser um policial.
O roteiro até que tenta enganar o público. A dúvida sobre a identidade do criminoso recai sobre, pelo menos, quatro personagens. Contudo, quem conhece bem os meandros dos filmes comerciais de Hollywood, dificilmente, cairá na armadilha proposta por Avnet. O final-surpresa típico dessas produções é tão presente neste As Duas Faces da Lei que, quando a solução vem à tona é impossível não declamar um “eu já sabia!”.
Esse lugar-comum acaba resultando num produto frouxo e, possivelmente, refém de engravatados da indústria do cinema que somente viram cifras quando pensaram em produzir um filme com a presença de Robert de Niro e Al Pacino.
Jon Avnet estreou da direção com o sensível Tomates Verdes Fritos (1991). Dirigiu ainda A Árvore dos Sonhos (1994), Íntimo e Pessoal (1996) e 88 Minutos (2007).
Avaliação: 4,0
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