Thriller policial investigativo, As Duas Faces da Lei (2008) de Jon Avnet promove-se como o duelo de titãs da temporada. É um filme que tem como protagonistas Robert De Niro e Al Pacino. E esse encontro, de acordo com o marketing do longa-metragem, seria o bastante para gerar a atração do grande público cinéfilo.
De Niro e Pacino já se confrontaram em Fogo Contra Fogo (1995) de Michael Mann. Contudo, apesar dos 171 minutos de projeção, os dois tiveram poucos momentos juntos em cena. Nesse As Duas Faces da Lei eles, praticamente, contracenam na grande maioria das seqüências.
A overdose comprova o carisma dos astros, mas também desmascara a estratégia apelativa do diretor Avnet em contar uma história que poderia render melhor, se não servisse somente, e exclusivamente, para o duelo interpretativo de De Niro e Pacino.
No filme, um assassino está limpando as ruas de Nova Iorque, eliminando os meliantes que a polícia não consegue dar conta. O serial killer deixa poemas nos locais dos crimes e, ao que tudo indica, ele pode vir a ser um policial.
O roteiro até que tenta enganar o público. A dúvida sobre a identidade do criminoso recai sobre, pelo menos, quatro personagens. Contudo, quem conhece bem os meandros dos filmes comerciais de Hollywood, dificilmente, cairá na armadilha proposta por Avnet. O final-surpresa típico dessas produções é tão presente neste As Duas Faces da Lei que, quando a solução vem à tona é impossível não declamar um “eu já sabia!”.
Esse lugar-comum acaba resultando num produto frouxo e, possivelmente, refém de engravatados da indústria do cinema que somente viram cifras quando pensaram em produzir um filme com a presença de Robert de Niro e Al Pacino.
Jon Avnet estreou da direção com o sensível Tomates Verdes Fritos (1991). Dirigiu ainda A Árvore dos Sonhos (1994), Íntimo e Pessoal (1996) e 88 Minutos (2007).
Avaliação: 4,0
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