domingo, 21 de dezembro de 2008

Se7en

Poderia ser apenas mais uma fita a explorar o tema Assassino em Série. Ficou no poderia. "Seven - os Sete Crimes Capitais" é um clássico, desses que vai ficar entoando na imaginação do público por muito, mas muito tempo mesmo.


A trama gira em torno de uma série de assassinatos que vão acontecendo segundo os sete pecados capitais: gula, preguiça, inveja, vaidade, luxúria, cobiça e ira. Em cada crime o assassino deixa uma marca especificando o pecado.

Os detetives Somersen (Morgan Freeman), prestes a se aposentar, e Mills (Brad Pitt), recém chegado à cidade, são encarregados de resolver o caso.Os dois investigadores possuem personalidades antagônicas. Enquanto Somersen é calmo e racional, Mills é estourado e age por instinto.

A convivência entre eles é conturbada, mas eles acabam se tornando amigos, influenciados pela esposa de Mills (Gwynett Paltrow), que sofre por não se acostumar com o novo ambiente.

No primeiro crime, um homem é encontrado amarrado em uma cadeira com a cara atolada num prato de comida. Ele foi obrigado a comer até que o estômago estourasse. Quer dizer, logo de cara "Seven" já causa impacto.

Mas isto é apenas um "aperitivo" para o que ainda há por vir. As mortes que se seguem são de um sadismo cru, deixando entender que eles não estão lidando com um criminoso comum.O que é ratificado em sua conclusão.

Enquanto outros crimes vão ocorrendo, o que causa um certo alvoroço na imprensa, que se torna a "panela-de pressão" na resolução do caso, os dois detetives vão ligando as pistas até descobrir a identidade do dito-cujo. É quando ocorre a primeira reviravolta de "Seven": o assassino simplesmente se entrega deixando todos atônitos.

E é daí que acontece o tão esperado final, tão inesperado e tão impactante que chega a atordoar quem está assistindo. Seria a vitória do mal sobre o bem? Deixando de lado os anseios de uma "sempre expectativa de um final feliz", pode-se dizer que é, no mínimo, marcante.

É o fim de um ciclo que se iniciou logo na primeira morte. É inevitável, e por isso entrou para a história da cinematografia mundial.

Com diálogos inteligentes e repleto de citações (desde a Bíblia até A Divina Comédia, de Dante), "Seven" é o exercício da lógica detetivesca Sherlockiana.

O clima é sombrio (remete ao "noir"), o que só vem tornar a trama "dark" mais tenebrosa. E as atuações do trio principal (Pitt, Freeman e Spacey) estão inspiradíssimas.E o arquiteto desta obra de arte é David Fincher, diretor de "Clube da Luta", uma critica severa aos males do consumismo.

"Seven" pode ser perverso, pode até ser a encenação de um pesadelo. Mas não há como negar a sua importância. Num meio dominado pelo sistema das super produções, ele é o "tumor maligno" que dilacerou a falta de criatividade dos "esquemões".

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