Um filme ou um equívoco? Não dá para entender bem qual é a proposta de A Estranha perfeita (2007). Como suspense, há falhas na resolução da história. Como filme investigativo, cria pistas e motivos inacreditáveis. E enquanto veículo para mostrar o lado femme Fatalle de Halle Berry perde espaço na sua ingrata futilidade.
No filme, Halle Berry é uma jornalista que investiga a morte brutal de uma amiga, acreditando que a culpa recai sobre os ombros de um publicitário (Bruce Willis). Logo na primeira cena de A Estranha Perfeita, vemos uma prova de sua habilidade enquanto repórter do ramo ao enquadrar um político famoso. Percepção que logo vai pelos ares, tamanha a quantidade de bobagens cometidas pela personagem, enquanto procura provas para incriminar Willis.
Na verdade, o longa-metragem não se leva a sério ao ponto de tentar implantar alguma lógica na sua narrativa. O roteiro, mal-escrito, cria situações inverossímeis demonstra pouca preocupação além de fisgar um público com o crédito de famosos no elenco e a promessa de uma trama envolvendo sangue, sexo e final-surpresa.
A falta de compromisso do longa-metragem em contar uma história ao menos razoável termina deixando A Estranha Perfeita com um gosto dos mais indigestos. E com a presença de Halle Berry fica difícil não fazer comparações com Na Companhia do Medo (2003) e Mulher-Gato (2004), outros filmes terríveis da atriz depois que recebeu o Oscar pelo seu papel em A Última Ceia (2002).
A Estranha Perfeita é um embuste, que parece atraente ao olhar mais incauto, entretanto, não tem sustância para resistir a uma visão razoavelmente crítica.
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