sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O Último Mestre do Ar

De bom contador de estórias, o diretor indiano M. Night Shyamalan vem eclipsando essa condição a cada novo filme seu que chega às praças cinéfilas.

Essa adaptação de desenho animado “O Último Mestre do Ar”, esperava-se, viria como redenção por se tratar de uma franquia já conhecida pela parcela do público que se pretendia atingir, além da plateia estimada, caçadora de novos títulos do cinema fantástico.

Outras estratégias como o uso do 3D, os esperados efeitos gráficos, reforçados por um trailler que gerava boas expectativas e uma historinha que prometia a batalha de quatro reinos comandados pelos elementos naturais, eram atrativos de sobra para dar nova guinada à carreira do cineasta.

Na contra-mão do esperado, “O Último Mestre do Ar” revela-se como uma experiência constrangedora onde o expectador não sabe o momento certo de rir ou chorar. Por várias vezes, seqüências que assinalavam um arco dramático findavam com gargalhadas das testemunhas presentes à sessão, reverberando sua aparência de comédia involuntária.

A técnica é realmente exuberante, porém mal utilizada. Fora alguns lances fotográficos e elegantes movimentos de câmera, sobretudo no balé que precede as inúmeras e enfadonhas cenas de luta. O elenco não provoca aquela tão comum identificação dos filmes produzidos para o público-alvo. Erros que, em tese, dificultariam sua carreira enquanto trilogia.

“O Último Mestre do Ar” lembra o ensaio de uma peça que ainda não estreou, onde os personagens não encontraram seu lugar na história, a produção não cortou as arestas e exageros e o maestro perdeu sua velha capacidade de comando. 

Nenhum comentário: