quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Revisitando o velho oeste

Gosto de filmes antigos. E sempre busco ver ou rever longas-metragens velhinhos, bem mais interessantes do que a grande maioria do que se produz nos dias de hoje.

Hoje, recordei dois filmes do velho oeste. Rastros de Ódio (1956) de John Ford e Butch Cassidy (1969) de George Roy Hill. O primeiro, amargo. O segundo, uma aventura descompromissada. Ambos, belos filmes.

Rastros de Ódio do diretor John Ford
Rastros de Ódio, com John Wayne, trata do preconceito dos caubóis para com os índios. Uma família é assassinada pelos comanches que seqüestram a filha mais nova. Wayne parte numa jornada, inicialmente, para resgatar a sobrinha. Depois, para liquidá-la, pois cinco anos se passam, ela se adapta aquele estilo de vida, e nas palavras de Wayne deixara de ser sangue do seu sangue para se tornar índia.

 John Ford fez um faroeste épico com cenários atraentes e uma trama forte. Belas seqüências de câmera, simbólicas, como a inicial e a final dão o tom do roteiro num filme que vale a pena ser visto, e/ou revisto e que, para muitos, marcou uma época onde aquele sentimento, apesar de velado, era comum entre o público médio.

 Ao atribuir atitudes preconceituosas ao anti-herói, Rastros de Ódio decreta a existência de uma percepção, onde os comanches já foram substituídos por russos, alemães, japoneses, muçulmanos, ou qualquer um que provoque um distúrbio no estilo de vida ianque.

Butch Cassidy e Sundance Kid com Paul Newman e Robert Redford
 Já Butch Cassidy é uma celebração ao estilo de vida dos assaltantes Butch Cassidy (Paul Newman) e Sundance Kid (Robert Redford).

No filme eles são como celebridades do velho oeste. Roubam bancos, trens, e encaram tudo como se fosse um trabalho, reclamando de cansaço ao final do expediente. Algumas seqüências clássicas, como a que Newman aprende a andar de bicicleta (na época, o que havia de mais novo em tecnologia) e um bom-humor geral contagiante fazem de Butch Cassidy uma obra leve e sem grandes preocupações.

Para se ter uma idéia, filmes como Onze Homens e Um Segredo produzem sensação similar, ao sublinhar a vida de indivíduos que não seguem os ditames da Lei. Fuja da mesmice e resgate os clássicos!

Texto anteriormente publicado no observatoriodecinena.zip.net

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