A importância de um filme pode ser medida a partir do impacto que ele provoca em quem está do outro lado da tela. Muitos filmes apenas passam, esquecemos rapidamente, já outros se perpetuam em nossa lembrança.
Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country For Old Men, 2007) dos diretores Ethan e Joel Coen causa essa sensação de perenidade por vários motivos.
Não por ser a história de um assassino (Javier Bardem) perseguindo de forma intensa um homem (Josh Brolin), que fugiu com dois milhões de dólares, de uma malsucedida transação de drogas.
Muito menos pela exposição da banalização da violência, onde as pessoas perdem a vida por uma simples jogada errada. Mas por ser um filme que segue à risca os seus princípios. Não faz concessões, muito menos dilui o seu discurso. Mostra o que deve ser mostrado e não se preocupa com as conseqüências da sua visão de mundo.
A força desse filme, além da sua história, também vem de personagens bem delineados e estrategicamente colocados na trama, em especial de Javier Bardem que exibe a complexidade de um assassino/psicopata que mata com frieza e olhar de desdém para com suas vítimas.
Os Coen criam essa figura que tem princípios bem delineados e procura manter a sua palavra. Um paradoxo, este, doentio, mas que tem lá sua explicação, por mais perplexo que isso tudo possa parecer. Onde os Fracos Não Tem Vez é, dessa maneira, um estudo íntegro e calculado sobre o que a natureza humana tem de mais sórdido e sombrio.
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