Esse é o mote do filme "O Banheiro do Papa", longa inspirado em história real, que aconteceu durante a vinda do líder religioso até a cidade de Melo, no final da década de 80.
A trama não volta seu olhar, em si, para a chegada de João Paulo II e o reflexo religioso que isso poderia acarretar na comunidade. O longa-metragem opta, de forma inteligente, pelo impacto econômico desse evento. Em decorrência das dificuldades financeiras enfrentadas pela comunidade, muitos enxergam a possibilidade de vender produtos alimentícios e ganhar algum dinheiro com a atividade cristã, pois a imprensa alardeava a vinda de milhares de pessoas ao lugarejo.
Um deles, Beto (César Trancoso), que mora com a mulher e a filha, entende que poderia ganhar um bom dinheiro construindo um banheiro, como um serviço diferencial a ser oferecido. Vivendo como muambeiro, ele faz planos com a grana que ainda poderá ganhar com essa iniciativa. A esperança dos personagens é um fator interessante em "O Banheiro do Papa", pois, mesmo com os percalços, há sempre uma expectativa de que a vida pode ser bem melhor do que é. A filha do casal, por exemplo, sonha em ser jornalista.
O Banheiro do Papa termina sendo um filme curioso e, de certa forma, triste. Mostra um outro lado dos mega-eventos, de forma sensível e com uma lente mais social.
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