domingo, 18 de agosto de 2013

Baú de críticas: Três Reis

Revirando o meu Baú de Críticas, decidi publicar alguns textos antigos aqui no blog. É bastante interessante reler esses artigos e comparar a visão de ontem e de hoje que tenho sobre o cinema.Início essa série com a postagem do filme Três Reis de David O. Russel. Assim que possível, vou tentar rever esse filme para ver quais pontos seriam abordados numa crítica atualizada..

Três Reis tem início com o fim da guerra do Golfo, quando os americanos estão comemorando a vitória contra Saddan Hussein em clima de festa com muito som e bebedeira. Mas isso é apenas pretexto para uma boa trama que mistura aventura e humor negro nesse que é um dos filmes mais interessantes de 1999.

O major Archie (George Clooney) e mais um pequeno grupo de soldados aventureiros (Troy, Chief e Conrad) vão em busca do ouro pilhado pelas tropas iraquianas no Kuwait. O mapa que leva a esse tesouro foi encontrado num lugar "diferente". O que só vem reforçar o humor negro explícito em toda a narrativa.


Sem avisar o resto da tropa, esses aventureiros seguem o mapa e vão parar numa espécie de aldeia no meio do deserto chamado Karbala. Lá eles encontram um grupo de civis refugiados, famintos e desesperados, que os trata como verdadeiros heróis de um mundo livre, afinal, "é o espírito da liberdade americana que impera nessa guerra".

Quando eles encontram o ouro resolvem se mandar, mas a consciência bate a porta quando eles percebem que os civis vão ser mortos pelos soldados iraquianos. Quebrando o pacto de cessar fogo, resolvem interferir no lugarejo e levar com eles os civis. É o começo da aventura para estes militares que queriam alguma ação pois, como o resto do mundo, eles tinham visto a guerra apenas pela TV, com os seus bombardeios em flash e o chamado show pirotécnico.

Dessa proximidade entre soldados e civis é que surge a essência de Três Reis: mostrar o horror da guerra e as pessoas que nada tinham a ver com a história, mas acabaram "pagando o pato". A ideia é basicamente essa: a intervenção americana teve um fator preponderante: o petróleo Kuwaitiano. Até o próprio presidente Bush (na época) é citado de forma, muitas vezes, irônica.

Com cenas de impacto visual, como a bala penetrando o corpo humano - fato que gerou bastante polêmica, pois foi cogitado que o diretor David O. Russel teria usado um cadáver na cena - e um humor ácido, Três Reis é uma opção acima da média.

Com pouco tiroteio e bons diálogos, é uma aventura esquerdista que critica a forma como os ianques louvam a si mesmo - tão realçado em bobagens como Independence Day. Dessa forma, o filme diverte e dá outro ponto de vista de uma guerra de interesses vista apenas por um dos lados e esquecida, ou "não apresentada", pelo outro.

Nenhum comentário: