sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Revisão: O Homem de Aço

Atualizar um dos personagens mais conhecidos das HQ não era tarefa fácil. Basta lembrar de Superman - O Retorno (2006) que tinha boas intenções, mas não fisgou seu público-alvo. Richard Donner, Christopher Reeve, a música-tema, entre outros elementos, ainda marcavam presença na memória cinéfila.

Para não perder terreno para a Marvel, era preciso uma estratégia para revitalizar a franquia. Por isso, Zack Snyder assumiu o comando da nau, junto com Christopher Nolan, responsável pela nova roupagem dos filmes do Homem-Morcego.

 Do resultado dessa parceria surgiu O Homem de Aço (2013) que deu o retorno financeiro que o seu antecessor não havia conseguido e ainda abriu caminho para a expansão do universo DC. O próximo capítulo dessa história acontecerá em 2016 no encontro Batman vs Superman.

Sobre a história, o filme dá mais espaço ao Planeta Kripton. Descobrimos que se tratava de uma civilização de exploradores do espaço que esgotaram os recursos naturais do próprio planeta, o que culminou em sua destruição.

O cientista Jor-El (Russel Crowe) já vinha dando esse alerta e, quando a coisa esquenta, envia o filho Kal-El para terra, onde e é adotado pela família Kent.

O grande vilão do filme é o General Zod (Michael Shannon), remanescente de Kripton e exilado com seus comparsas na Zona Fantasma, ele descobre o paradeiro de Kal-El e dá um ultimato aos terráqueos: entreguem-no ou serão destruídos. Essa é a deixa para as barulhentas e megalomaníacas cenas de destruição que tomam o segundo ato dessa produção.

Algumas situações de O Homem de Aço são forçadas. A participação de Lois Lane (Amy Adams), por exemplo, foi escrita somente para a personagem ter alguma importância na nova história. A morte de Jonathan Kent (Kevin Costner) é outra falha, sobretudo, na forma como acontece. Isso fora os excessos das cenas de ação naquele velho estilo "muito barulho por nada".

Em geral, o tom é solene. O Superman de Henry Cavill é atormentado por se sentir um deslocado no mundo em que vive. Passa a vida se escondendo, pois acredita que nunca seria aceito por ser diferente. Há, ainda, uma discussão sobre sua divindade. Não por menos, em determinada sequência ele revela ter 33 anos, idade de Cristo quando foi crucificado.

Contudo, a grande polêmica do filme ocorre no desfecho do conflito entre Superman e Zod. O herói toma uma atitude que difere, e muito, do que conhecemos desse escoteiro norte-americano. Essa mudança de configuração não deixa de ser uma quebra de paradigma para reafirmar o novo posicionamento da marca a partir de agora. Portanto, é uma decisão estratégica com o propósito de conquistar novos públicos e ampliar o território da franquia.

Avaliação: 

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