terça-feira, 27 de julho de 2010

O Planeta dos Macacos

Quem faz suas elucubrações rotineiras sobre cinema aqui acolá lembra de alguma cena, sequência ou situação que, por motivo ou outro, prendeu a atenção. E, finais de filmes, são momentos curiosos, pois o desfecho de algo geralmente pode pôr uma obra a perder ou, então, consagrá-la no panteão cinematográfico.

E, muitos reiteram, esse apagar de luzes termina arcando com a responsabilidade de todo um roteiro seguido e orquestrado até chegar ali, naquele instante sepulcro que dependente do resultado teria o poder da glorificação, ou não!

E, arrancadas das gavetas da memória, as reminiscências fílmicas da última percepção do astronauta George Taylor ( Charlton Heston) em Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 1968) são dessas conclusões arrebatadoras. Uma visão inquestionável, e atual, do poderio maléfico da raça humana e sua capacidade autodestrutiva.

Naquela rápida passagem, o desespero de George Taylor não é somente o de um indivíduo que, enfim, entende a desevolução provocada pela ganância e descaso do ser humano para com o nosso planeta. É, notadamente, uma angústia generalizada de toda uma raça que se enxerga culpada pela própria destruição.

Um ponto-final simbólico para uma narrativa que, desde as primeiras cenas, causa um certo mal-estar pela situação opressiva enfrentada pelos humanos sobreviventes e que, com sua representação final, provoca uma memorável e dolorosa reflexão.

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