Quem faz suas elucubrações rotineiras sobre cinema aqui
acolá lembra de alguma cena, sequência ou situação que, por motivo ou outro,
prendeu a atenção. E, finais de filmes, são momentos curiosos, pois o desfecho
de algo geralmente pode pôr uma obra a perder ou, então, consagrá-la no panteão
cinematográfico.E, muitos reiteram, esse apagar de luzes termina arcando com a responsabilidade de todo um roteiro seguido e orquestrado até chegar ali, naquele instante sepulcro que dependente do resultado teria o poder da glorificação, ou não!
E, arrancadas das gavetas da memória, as reminiscências fílmicas
da última percepção do astronauta George Taylor ( Charlton Heston) em Planeta
dos Macacos (Planet of the Apes, 1968) são dessas conclusões arrebatadoras. Uma visão inquestionável, e atual, do
poderio maléfico da raça humana e sua capacidade autodestrutiva.
Naquela rápida passagem, o desespero de George Taylor não é somente o de um indivíduo que, enfim, entende a desevolução provocada pela ganância e
descaso do ser humano para com o nosso planeta. É, notadamente, uma angústia
generalizada de toda uma raça que se enxerga culpada pela própria destruição.
Um ponto-final simbólico para uma narrativa que, desde as
primeiras cenas, causa um certo mal-estar pela situação opressiva enfrentada
pelos humanos sobreviventes e que, com sua representação final, provoca uma
memorável e dolorosa reflexão.
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