quarta-feira, 16 de abril de 2014

Crítica: Uma Manhã Gloriosa

Os pormenores e as estratégias para alavancar a audiência de um programa televisivo que se encontra na bancarrota. Esse é tema de Uma Manhã Gloriosa (2010).

No filme, a produtora de TV Becky Fuller (Rachel McAdamns) perde o emprego, mas ganha a oportunidade de comandar o matutino Daybreak, que não vive lá seus bons momentos.

O primeiro passo é contratar um âncora de renome, no caso o mal-humorado Mike Pomeroy (Harrison Ford) que só aceita o emprego mesmo por causa da grana. Jornalista premiado no ar há mais de 40 anos, ele despreza o conteúdo do programa e faz pouco caso das matérias apresentadas. Com a cabeça na guilhotina, Becky tem que se virar para conquistar o público e segurá-lo no ar, e ainda tolerar a personalidade irritante de sua principal estrela.

A proposta de Uma Manhã Gloriosa é interessante: os bastidores da TV e os malabarismos criados para atrair o público para a telinha. Nesse sentido, a produção bem que poderia ser uma crítica ao show de horrores dos canais de televisão, que criam quadros extremamente apelativos e apostam na futilidade, de acordo com o que o espectador quer ver naquele momento. Todavia, em vez de fazer uma crítica inteligente, o filme diminui consideravelmente quando se limita a mostrar esse cotidiano sem que haja uma discussão mais aprimorada sobre o assunto.

O personagem de Ford é o único contraponto da história, por querer fazer jornalismo de verdade, mas a preocupação do longa é destacar o esforço da produtora, que persegue a audiência, sem se questionar se o que está fazendo é relevante ou não.

Mesmo sendo um retrato das reais preocupações de programas desse tipo, o filme não evolui e prefere continuar na zona de conforto se configurando como uma comédia tolinha, onde o que realmente importa não tem lá grande importância.

Avaliação: 

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