segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O Sentido da Vida

Piada inteligente é aquela que independe do tempo para funcionar. Mais precisamente, é aquela que ainda surte algum efeito, mesmo depois de se tornar pública. É atemporal. Funciona hoje e pode voltar a ter relevância em outro momento.


Fazer humor dessa maneira é bem difícil. Especificamente nessa era de pouca substância ideológica e excesso de referências irrelevantes. E as esquetes cômicas penam, majoritariamente, por essa ausência de conteúdo e a urgência de fisgar o espectador de forma rápida e atordoante.

É por isso que, mais de vinte anos após o seu lançamento, filmes como "O Sentido da Vida", do grupo inglês Monty Phyton, continuem atuais. Ridicularizar a vida e seus pormenores, adicionando massa cinzenta à receita, era uma característica desse grupo que, ainda hoje, consegue renovar nosso ânimo, fazendo-nos gargalhar de coisas que já conhecíamos.

Nesse "Sentido da Vida", a trupe observa o trabalho mecanizado e "escravizador" das grandes empresas, o pensamento sistemático das religiões e visões de mundo, a educação presa a um sistema que visa limitar o indivíduo, os exageros de uma população viciada numa alimentação industrial nada saudável, o nascimento, a morte e, até, nossa perspectiva lúdica do pós-vida.

Inteligentemente, e de forma satírica, obtendo reflexão e uma sensação prazerosa de bem-estar. É a atualidade e universalidade dos temas quem garante vida longa a esse "Sentido da Vida".

Avaliação: 9,5

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