domingo, 9 de fevereiro de 2014

Crítica: Procurando Sugar Man

Com a popularização da internet, hoje, não existem mais limites físicos para a disseminação da produção cultural. Temos acesso a filmes, músicas, livros e outras manifestações artísticas de vários recantos do mundo.

Esse fenômeno permite a  formação de uma identidade cultural globalizada, de acordo com nossas tendências e formas particulares de pensar.

Procurando Sugar Man (2012) mostra que a sociedade sempre teve essa predisposição de se libertar das amarras da indústria cultural, apenas não possuía ferramentas que possibilitassem esse acesso. 

O documentário de Malik Bendjelloul comprova essa premissa ao mostrar a influência de Rodriguez, desconhecido cantor norte-americano da década de 70, sobre a sociedade sul-africana, que se identificou com as letras de suas canções fazendo com que o mesmo se tornasse uma espécie de celebridade naquele país.

Os discos de Rodriguez teriam chegado a África do Sul de forma ocasional e, rapidamente, foram copiados e passados de mão em mão. Em plena época do Apartheid, o governo local chegou a censurar o material considerado "subversivo".

Nos anos 90, com o aumento da popularidade do cantor, um grupo de fãs resolveu investigar o seu paradeiro. Havia várias lendas urbanas sobre a sua possível morte no velho estilo "rock star", nunca comprovadas. 

O filme mostra que Rodriguez não obteve sucesso na música, tentou a carreira política e, desde então, trabalhou na indústria civil. O músico desconhecia o fato de que era um ícone na África do Sul. O esperado encontro de Rodriguez com os seus fãs sul-africanos, finalmente, ocorreu em 1998. Como não tinha os trejeitos de um pop star, muitos achavam que se tratava de um impostor. Impressão que foi logo desfeita. Cenas são vistas no documentário, mostrando a catarse da sua visita. 

O documentário emociona por exteriorizar essa conexão entre o que um artista escreve e o que aquilo pode representar para uma pessoa ou toda uma sociedade, como é visto por aqui. Rodriguez ainda voltou ao país outras vezes, mas continua vivendo de forma simples em Detroit.

Avaliação: 

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